O lançamento do Youtube Red já era esperado por todas as pessoas que entendem de estratégias corporativas, mesmo assim, muita gente continuou investindo pesado seu tempo e dinheiro na criação de vídeos para o site.
Eu achei irônico um site que sempre ofereceu serviço de qualidade gratuitamente, quebrando possíveis concorrentes, provocar polêmica justamente entre as empresas comerciais. Nem o comunicado da Google, afirmando que a demanda por um sistema sem anúncios era muito grande, acalmou os ânimos.
Muita gente ficou rica com seus canais de vídeos no Youtube, até as grandes empresas já haviam aderido, mas agora receberam o comunicado que devem utilizar o canal pago, caso não queiram que o acesso aos vídeos gratuitos seja bloqueado. A razão é que o canal pago, apesar de ser o preço padrão para países como o Brasil, dez dólares, poderia ficar sem os vídeos das grandes empresas ou pessoas, então, quem iria pagar para ver poucos vídeos, apesar de estar sem anúncios.
Como os produtores de vídeos vivem dos anúncios do site gratuito, enquanto a Google precisa desses vídeos no site pago, apesar de não ter anúncios, a saída foi essa, exigir autorização para que os vídeos sejam oferecidos das duas formas, ou seja, com anúncios e sem anúncios.
Sobrou para as grandes corporações como a FIFA que vende os direitos para a TV e não poderia participar desse tipo de sistema, assim como suas parceiras, as TVs. Entretanto, a polêmica entre os milionários produtores de vídeo foi ainda maior, alguns, com milhões de seguidores, terão de ceder seus vídeos para o Youtube pago, que não possui anúncios. A situação fica ainda pior se a gente pensar no futuro do streaming, já que todos seguem o padrão Google e, caso o sistema pago dê certo, o sistema gratuito seria inevitavelmente retirado da rede.
Se você tem milhares vídeos publicados em diversos sites pela internet, corre o risco de ver seus vlogs sem conteúdo algum, a não ser que concorde com os termos da Google, lembrando da opinião do Jacques a respeito das decisões unilaterais de grandes portais que poderiam inviabilizar grandes projetos.
Eu sempre disse que o fato de a Google estar oferecendo apenas serviços gratuitos no passado, não significava que fosse uma ONG, a Google é e sempre foi uma empresa comercial que visa lucro, muito lucro, eu diria.
A Google tornou-se muito conhecida por ser a primeira grande empresa a investir em conteúdo gratuito e ainda ganhar dinheiro com isso. Muita gente perguntava como o Youtube ganhava dinheiro, antes dos anúncios, apesar das ações da empresa estarem disparando nas bolsas. As doações para a Mozilla, antes do lançamento de seu próprio navegador, Chrome, decepcionou muitos blogueiros, mas nada comparado com o dia em que os blogs foram banidos dos buscadores. Quem tinha domínio próprio continuou com reputação, mas os subdomínios…
O surgimento do ponto blog animou a blogosfera, parecia que os blogs iriam ganhar um universo só deles, mas quando os blogs foram banidos para uma seção insignificante das buscas, ficou claro que não era bem assim. Isso bastou para que os blogueiros migrassem todos para o Facebook, abandonando de vez a filosofia Google.
A Google tem essa mania de criar contratos unilaterais, normalmente dava certo, quando eles queriam crescer e se preocupavam muito com os usuários, mas não é o que está acontecendo agora. Por exemplo, outro dia eu recebi uma mensagem: “veja as últimas pesquisas que você já fez, não se preocupe, os resultados são privados” – Privados para quem? Isso foi o que eu pensei. Para alguns recursos, fica claro que não há demanda popular, o que deixa a impressão que seria útil apenas para utilização institucional, ou seja, invasão de privacidade, por mais que se diga o contrário.
Desde o início da Google, eu alertei para o perigo do monopólio na internet, prova disso foi a quebra da MTV, cujos vídeos eram exibidos gratuitamente no Youtube. A Google tentava competir com ferramentas populares, quando não conseguia vencer, comprava esses sites, foi isso o que aconteceu com o Orkut, youtube, Blogspot, etc. A Google também tentou brigar com a Wikipedia, mas não conseguiu vencer, resultado: aliou-se ao sistema Wikipedia, passando a exibir seus resultados. O que parece ser uma caridade, pode se tornar um golpe, na medida em que a quantidade de usuários aumenta exponencialmente, sem que hajam recursos financeiros para financiar todo esse tráfego, e é esse problema que a Wikipedia tem enfrentado ultimamente, já que não tem fins lucrativos e nem formas de captar recursos que não sejam doações.
A boa notícia é que a concorrência aumentou: A Netflix tem o valor similar a Google e TV Paga, além disso, na própria intenet há sites que, se não tem a tecnologia comparável a Google, podem competir em popularidade, principalmente os servidores de filmes pornôs que já estão dispondo filmes educacionais e softcore no gênero, mas nada impede que eles possam abrir espaço para os videos comerciais e amadores.